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Quando ficas preso a uma situação que já não queres

Quando ficas preso a uma situação que já não queres

Hoje vou falar-vos do guardião dos colchões …

O guardião dos colchões é aquele que prometeu aos seus “amigos” guardar os colchões de água enquanto eles iam ali “num instante” e “já voltavam”.

É que neste resort há clientes a mais e colchões a menos. Então, todas as manhãs, se vê a luta pelos desejados colchões onde, durante horas, os poucos sortudos ou determinados clientes conseguem boiar os seus escaldões ao sol mexicano.

Bom, voltando ao guardião dos colchões, este espécimen do género masculino teve a amabilidade de dizer aos seus “amigos” que ficaria a guardar os colchões enquanto eles iriam fazer outra coisa qualquer. A verdade é que ele esteve a torrar ao sol, dentro de água, durante pelo menos 45 minutos. Isso foi o que eu presenciei, porque quando cheguei o intricado enredo já estava em cena.

Foi tão hilariante observá-lo que foi a única coisa que me fez tirar os olhos do meu livro durante 45 minutos.

Esteve durante 45 minutos completamente dividido entre o que estava certo e aquilo com que se tinha comprometido. Durante 3 quartos de hora, olhava ansiosamente ao seu redor à procura dos amigos desaparecidos. Colocava-se em pontas dos pés para espreitar se chegavam lá ao de longe e, ocasionalmente, fazia rápidos agachamentos para se esconder e evitar os funcionários do resort que, eventualmente, o poderiam abordar para questionar acerca dos colchões que mantinha como reféns.

Juro que não estou a inventar … isto aconteceu. Um homem adulto esteve num resort de 5 estrelas num conflito gigante enquanto protegia a posse de 3 colchões de água. Ahahahahahahaha opah, isso foi só rir. Foi um autêntico estudo sociológico.

Foi muito educativo ver um adulto dividido entre dois valores. Claro que não consigo saber quais foram esses valores porque não conheço a pessoa em questão, mas posso tentar adivinhar. Talvez o valor de ser simpático para os amigos versus o valor de fazer o que lhe apetece. Talvez o valor de cumprir os seus compromissos versus o valor de cumprir com as regras do resort. Enfim, não posso adivinhar qual era o conflito, mas que havia conflito isso foi óbvio e eu não sou especialista em linguagem gestual.

Como é óbvio isto foi útil para usar como metáfora para o que muitas vezes acontece connosco na nossa vida. Tomamos decisões que na verdade não queríamos tomar apenas para nos vermos rapidamente reféns dessas escolhas. Prisioneiros de decisões que não nos definem mas nas quais nos encurralamos por algum motivo que nem sempre conseguimos explicar. Já te aconteceu? Dares por ti preso a uma situação que estás a odiar e nem sabes como é que lá foste parar e naquele momento sentes que já não podes voltar atrás? A mim já me aconteceu! Vezes demais.

Mas a verdade é que podes sempre voltar atrás. Não há decisões eternas porque tu não és eterno. E não estou a falar da vida e da morte. Estou a falar da pessoa que és hoje que vai ser definitivamente diferente da pessoa que vais ser amanhã, daqui a um ano e até daqui a 5 minutos. A vida é mutável e tu também, por isso não fiques refém de decisões que tomaste há 1 hora, há um ano ou há uma década. Essas decisões não são donas de ti, tu és dono delas.

E para terminar a história, quando os “amigos” chegaram o guardião dos colchões foi o único que não ficou com um colchão para ele. Voltou para a toalha e depois arrumou as coisas e foi embora.

“Amigos” como sempre.

Boa noite para ti e boas decisões (mesmo que não seja à primeira)

Jo ☀️

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