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A capacidade de definir limites

A capacidade de definir limites

Na semana passada escrevi-te sobre quão importante é saberes que és perfeito e que não deves mudar por ninguém, só por ti. Hoje venho completar com a segunda parte da história e venho falar-te de limites.

Existe uma ideia generalizada de que se convidamos alguém a fazer parte da nossa vida então estamos a convidar essa pessoa a ultrapassar certos limites com relação a nós.

E isso é verdade, mas o que não se fala muito é que esses limites são definidos pela pessoa que faz o convite e não pelo convidado. Se tu dás um passo para convidar outra pessoa a entrar numa relação contigo, seja de que género for, és tu que vais dizer até onde o outro pode e como pode relacionar-se contigo. Não é o outro que vai definir isso. Ele vai definir no que diz respeito aos seus limites, à sua liberdade, à sua vida, mas não sobre a tua. Nunca sobre a tua.

Mas mais uma vez muitos de nós consideramos que a nossa visão da vida é que está certa ou que existe uma regra aceite coletivamente de como nos comportarmos sobre este tema, mas não há. Garanto-te não há regra nenhuma. E se há eu não quero nem saber. Porque só há uma pessoa que faz as regras sobre a minha vida e essa pessoa sou eu. Sou eu que defino com quem quero estar, em que condições e durante quanto tempo. Não são as outras pessoas. Não és tu, quer sejas meu pai, meu amigo, meu namorado ou meu cliente.

Se eu não quero responder a uma mensagem tua, eu não tenho de responder. Se eu não atendo o teu telefonema, eu não tenho de atender. Não é que não possa atender, eu provavelmente até posso, mas não atendo porque não quero. E não tenho de ter nenhum motivo que tu consideras válido para isso. Basta-me um motivo … EU NÃO QUERO atender-te. E isso basta-me.

Não tenho de me desculpar, não tenho de me justificar, não tenho de me explicar. Se esse for um limite meu, tu não tens nada a ver com isso e não há nada de errado comigo. Não há motivo nenhum, vou repetir, NENHUM que justifique outra pessoa ultrapassar um limite teu, comprometer a tua liberdade e impor-se na tua vida, na tua presença ou sequer nos teus pensamentos.

Todos nós temos linhas que não queremos ver ultrapassadas por certas pessoas ou até por nenhumas pessoas. Há coisas que tu aceitas e coisas que não aceitas e não há nada de errado contigo em teres esses limites. Esses limites devem ser transmitidos por ti e deves responsabilizar-te a ti mesmo sobre se eles são cumpridos pela outra pessoa ou não. Não podes esperar que as outras pessoas os compreendam, tens de os transmitir claramente e não deixar margens para zonas cinzentas.

Por exemplo, imagina que fazes uma festa em tua casa e há uma divisão onde não queres que as pessoas entrem, não podes esperar que as pessoas saibam, percebam e se comportem de acordo com esse limite.

Mesmo que comuniques esse limite e digas “Malta! Ninguém entra naquela sala!” e alguém mesmo assim entra na dita sala, a responsabilidade pelo facto desse limite ter sido ultrapassado é tua. Tu é que devias ter trancado o raio da porta. Assim não havia margem para dúvidas. Não é responsabilidade dos outros perceber, aceitar e cumprir com os teus limites. É tua responsabilidade impô-los, doa a quem doer.

Se o teu chefe te liga às 21h da noite de domingo. Se o teu namorado mexe no teu telemóvel sem autorização. Se a tua mãe te aparece à porta de casa sem ser convidada. Se o teu filho adolescente entra pela casa de banho a dentro quando a porta estava fechada. Se todas essas coisas te incomodam e gostavas que mudassem esses são os teus limites e não és tu que estás errado por ter esses limites, são as outras pessoas que estão erradas por acharem que podem pôr e dispor da tua vida como bem lhes apetece.

Mas é tua responsabilidade educar as pessoas a perceber esses limites e se tiveres de ser dura com elas para que percebam, é um preço que terás de pagar pela tua liberdade. E acredita, a tua liberdade vale mesmo a pena.

Andamos todos numa ditadura do que é suposto fazermos. Do que está correto. Do que é ser bem educado. Do que é politicamente correto. Mas hoje estou aqui para te dizer … a tua vida, isso sim, não é uma democracia, é uma ditadura e tu és o rei, o sultão e Deus. És tu que mandas.

Já chega de passares os dias a tentares caber nas caixinhas onde todas as pessoas da tua vida te querem enfiar. Isto, porque vou dar-te uma novidade … TU JÁ NÃO CABES NO RAIO DA CAIXA!!!

Tem uma noite bonita e toma umas boas decisões sobre como podes viver uma vida mais livre já a partir de amanhã.

Depois conta-me como foi … mas conta por mensagem porque eu não te vou atender o telefone 🙂

Jo ♥

 

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