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Será que sou sádica?

Será que sou sádica?

Tenho uma confissão a fazer … fico tão, mas tão contente quando recebo uma nova pessoa para iniciar o processo de coaching e percebo que essa pessoa está completamente desesperada, angustiada, atormentada e … basicamente a “arrancar os cabelos”…

No outro dia quando recebi uma mensagem de uma amiga a dizer que estava com alguns problemas na sua vida e a sentir-se a chegar ao seu limite respondi dizendo “Parabéns amiga, fico super feliz por ti … podemos combinar um café para te explicar porquê?”

Felizmente tenho amigas iluminadas que não desaparecem quando uma amiga extra-terrestre como eu lhes diz uma frase destas. Ao contrário, ficam intrigadas e querem saber mais, o que também diz muito sobre a sua sanidade mental, mas enfim 🙂 

Não, a minha confissão não é a de que sou uma pessoa sádica e que retira prazer do sofrimentos dos outros, nada disso … vou explicar…

O que mais me preocupa é quando recebo uma nova pessoa que vive aquilo a que eu chamo o Karma do “Tudo fixe”. Esta pessoa chega, conta-me um pouco sobre a sua vida com um certo ar de neutralidade e explica-me que sente que a vida deve ser mais do “isto”, mas que na verdade “está tudo fixe”…

Dizem: “Tenho uma vida boa, tenho um trabalho de que não gosto muito mas até ganho acima da média e não me chateiam muito. Tenho uma família boa, corre tudo mais ou menos, eu e o meu marido até nos damos bem, apesar de não me lembrar da ultima vez que fizemos amor, mas ele trata-me bem e é ótimo com os miúdos e ajuda imenso lá em casa. Não tenho tempo para mim e para pensar nos sonhos que já tive e noutras possibilidades, mas na verdade de que sonhos é que eu estou a falar, se calhar já não é altura para isso. Tenho uma vida fixe, não me posso queixar e mudar … Mudar o quê, para quê, porquê?”

Quando me deparo com uma pessoa com este Karma do “Tudo fixe” percebo que esta pessoa está na verdade a viver uma vida aquém.

Aquém do mundo infinito de possibilidades e de todo o seu potencial. Todos conhecemos pessoas assim, pessoas que ficam sentadas à nossa frente a mexer no pacotinho de açucar que já esvaziaram para dentro de mais uma chávena de café, com os olhos em baixo, ombros encolhidos e com uma energia totalmente desapaixonada e morna. Como se tivessem dentro delas uma chama mesmo, mesmo, mesmo a apagar. Tudo na vida destas pessoas está morno, mas isso tem grandes vantagens … Nunca se queimam porque as coisas não aquecem, nunca congelam porque as coisas não arrefecem, estão mornas, neutras e dotadas de uma homeostasia doentia, que nem sequer é real.

Não há certo nem errado. E a verdade é essa … se estas pessoas escolherem continuar as suas vidas assim, mornas, está tudo bem, não se pode dizer que é uma má escolha, afinal de contas a sua vida será assim … “Fixe”.

Não há escolhas certas nem erradas. Quem escolhe viver uma vida morna está tão certo como alguém que escolhe viver a sua apaixonadamente, mas para iniciar processos de mudança profundos, como acontece quando se integra um processo de coaching, é mesmo preciso, ou pelo menos ajuda muito, estar a “arrancar os cabelos”…

É por isso que fico contente quando os meus clientes chegam furiosos à sessão a dizer que já não aguentam nem mais um dia assim, ou quando uma amiga me liga a dizer que chegou ao seu limite. Essas são as pessoas que estão verdadeiramente prontas para mudar as suas vidas e dar um salto exponencial, uma volta de 180º e realmente criar a realidade que desejam. Estas pessoas não precisam que as convençam de nada, elas já sabem exatamente o que querem mudar e sabem que são as verdadeiras responsáveis por essa mudança. A dor de ficar na mesma é tão grande que nem sequer colocam essa hipótese. Essas são as pessoas que passado 4 semanas, 6 meses, 1 ano olham para trás e ficam orgulhosas daquilo que alcançaram porque sabem que tiveram de abalar grandes estruturas, tiveram de abdicar de quem eram antes, abdicar de uma vida “fixe” e isso não é nada fácil.

Por isso, se tens uma vida “fixe” e apesar de não estares a saltar de alegria todos os dias da tua vida, achas que o melhor é manter as coisas como estão … Ótimo! Preciso apenas de te lembrar que a mudança vem, mais cedo ou mais tarde, e essa falsa sensação de equilíbrio rapidamente pode mudar num estalar de dedos. Por isso se puderes, toma as rédeas da tua vida, assume as mudanças que precisas e sê o motor da mudança para que o Universo não tenha de te empurrar.

Se tens uma vida apaixonada e estás pronto para mudar algumas coisas na tua vida … Ótimo! Quero apenas relembrar-te que os resultados práticos que desejas para a tua vida (seja na tua relação, no teu trabalho, ou outras) são uma consequência de mudanças que vais fazer no teu interior, nas tuas raízes e é por aí que deves começar. Se não o fizeres corres o risco de levar contigo os mesmos problemas e repetires os mesmos padrões na próxima relação ou no próximo trabalho.

Apaixonado, morno, escaldante, fresquinho, insosso … tu é que decides, mas pelo menos pensa nisso … Agora já não podes fingir que não sabes 😉

Da minha parte desejo-te um resto de dia cheio de tempero e um bocadinho picante para variar … 🙂

Jo ♥

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