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Uma partilha pessoal – Estar numa relação, estar sozinha

Uma partilha pessoal – Estar numa relação, estar sozinha

Há 4 dias que não estou perto do meu homem. Vou partilhar contigo …

Eu e ele temos uma espécie de sistema 🙂 Estamos juntos um conjunto de dias e depois estamos longe outro período semelhante.

Pouca gente aceita e quase ninguém compreende muito bem esta nossa maneira de estar um com o outro. Nós entendemos a dificuldade das outras pessoas e estamos bem com isso. Mas gostava de partilhar contigo algumas das aprendizagens que tenho feito.

Tendo, cada um de nós, vivido relações anteriores, temos uma grande noção da importância de sentirmos saudades um do outro para que o nosso amor se mantenha vivo e cheio de vigor. Não dá para explicar o que acontece quando nos revemos 1 semana depois, 10 dias depois, 12 dias depois. É uma explosão de sentidos e cores e emoções. Como se fosse a primeira vez que estamos juntos all over again … Tão bom! Deves conseguir imaginar 🙂

Mas hoje não é sobre isso que te venho falar … Talvez um dia … Hoje é sobre os sentidos, as cores e as emoções que sinto quando estou só.

Os últimos dias que estivemos juntos na semana passada foram tão intensos que quando chegou o momento de dizer “até daqui a 12 dias” senti o meu coração apertado. Estava a transbordar de lindas emoções gigantes e não queria que aquele momento terminasse nunca.

Quando cheguei a minha casa, só, senti um vazio e esse vazio durou exatamente 3 dias. Estava a bater mal …

Apetecia-me tanto ligar e falar com ele e beijá-lo e abraçá-lo…. Comecei a colocar tudo em causa… “Porque é que fazes isto a ti própria?” “Tens a mania que és diferente.” “Não podias ter escolhido ter uma relação normal?” “Tinhas de te colocar nesta situação.”

E assim estive durante 3 dias, cheia de saudades, cheia de angústias, quase como de ressaca de uma droga boa que fica no nosso corpo. Tal e qual o síndrome de abstinência como se de uma dependência física se tratasse. Passei mal estes dias, não vou mentir. Mas fazendo parte do meu processo pessoal de dependência de relacionamentos (que um dia irei partilhar contigo) fiz mais uma vez questão de me superar e ficar ali, naquela dor, naquele vazio para que nesse processo de regressão da minha energia vital conseguisse encontrar a cura que preciso para perceber que me basto, que sou suficiente, que o amor que tenho dentro de mim é a fonte que preciso para estar bem.

Não sei se conseguirás compreender o que senti desta vez e noutras ocasiões. Não é sempre assim, por vezes é muito fácil, mas quando acontece é muito intenso. Imagina que queres deixar de comer açúcar, ou deixar de fumar, ou abandonar outra qualquer dependência física que tenhas. É igual para mim… Imagina agora os primeiros dias sem o cigarro ou sem os hidratos de carbono que tanto gostas. Ficas ansioso, começas a questionar se queres fazer isso, se vais conseguir, se vale mesmo a pena esse esforço. Se fores forte o suficiente consegues superar-te e passado poucos dias começas a acreditar outra vez. Foi o que aconteceu comigo.

Hoje acordei cheia de energia. Estava feliz comigo. Sentia-me confiante, alegre, bonita, forte e poderosa.

Saí para correr e à minha volta tudo brilhava cheio de uma beleza maravilhosa. As pessoas, os lugares, o mar, o sol, as frases, tudo, tudo lindo. Estou tão feliz comigo mesma e orgulhosa. Tanto que precisei de partilhar contigo esta minha pequena conquista.

Por vezes achamos que as pessoas que admiramos têm a sua vida facilitada. Que são dotadas de um gene qualquer que as torna inabaláveis e indestrutíveis. Mas a verdade é que toda a gente, toda mesmo, eu, tu, a senhora do café e o teu colega de trabalho temos aquilo a que costumo chamar “as nossas cascas de banana”. Áreas de vida que nos são mais difíceis de gerir de forma possibilitadora. Coisas que não nos são tão naturais e para as quais temos de aplicar todas as nossas forças para termos sucesso. Para ti pode ser a área financeira, pode ser a área profissional, pode ser a área da saúde ou do peso, pode ser a área do romance, pode ser a área dos filhos e da família. Qualquer que seja a tua casca de banana, não estás sozinho. Todos nós escorregamos de vez em quando. Estes 3 dias dei por mim a olhar de frente para a minha casca de banana, quase, quase a escorregar, mas escolhi não seguir esse caminho. Exigiu todas as forças do meu ser, mas consegui. Outras vezes irei escorregar, mas conto contigo para me ajudares a levantar e a voltar a acreditar que sou capaz.

Quanto a ti, que estás agora a olhar para a tua casca de banana … Estou cá para ti … Para te segurar antes de caíres, para te levantar ou, simplesmente, para te abraçar sentada no chão ao teu lado… It’s gonna be ok 🙂

Tem uma linda sexta feira e parabéns por tudo, tudo, tudinho o que tens feito até agora.

Jo ♥

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